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Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) surgiu, no final da década de 90, com o compromisso de lutar, ao lado dos excluídos urbanos, contra a lógica perversa das metrópoles brasileiras: sobram terra e habitações, falta moradia. A especulação imobiliária transforma terra urbana em promessa de lucro e alimenta o processo de degradação humana, o caos urbano. Em que cidade não se encontram apartamentos vazios, prédios abandonados, terrenos na periferia à espera da valorização? Em qual centro urbano não há mendicância, morador de rua, submoradias? As famílias sem-teto não têm direitos, são o avesso da cidadania. Não têm emprego, moradia, alimentação, saúde, lazer, cultura. Vivem como sombras nos semáforos, nas esquinas, nos bancos das praças, atrás de um prato de comida, um trocado. Enfrentam a indiferença, o preconceito, a violência policial. Estão excluídas das decisões políticas que determinam os rumos da vida social.

sábado, 14 de maio de 2011

MINHA CASA, MINHA LUTA

Quando do lançamento do Programa Minha Casa Minha Vida, analisamos o referido e tivemos acesso a opiniões, inclusive de autores do próprio programa. Como esse novo programa, assistimos também afundar, o OPH e o PCS – Programa Crédito “Solitário”.

Realizamos um seminário com o Tema Minha Casa, Minha Luta, por entender que o Programa tratava-se de um estratégia de mercado, onde atenderia os interesses das grandes construtoras.

É fácil de tirar as conclusões: Se grande parte da terra nos grandes centros urbanos estão nas mãos dos especuladores imobiliários e, sendo essa terra supervalorizada, quem acredita que esses empresários vão construir imóveis de 50 a 60 mil reais, sendo que o mesmo programa permite que esses empresários construam imóveis no valor de 100 mil.

O grosso dos sem teto (70%), estão dentro da faixa de 0 a 3, salários mínimos, que se encaixam exatamente dentro desse menor valor. O lamentável que ainda tem lideranças dos sem teto com a mesma linha: reivindicar apenas do poder público, sem passar pela luta, contra os interesses do poder. Não saber fazer essa luta ou não querer fazer é até compreensível, mas o que não podemos admitir que esses mesmos atores façam coro com o poder para criminalizar quem faz a luta. Costumo dizer que a greve está para o trabalhador, assim como as ocupações estão para os sem terra e os sem teto.

A reforma urbana, tão bonita no papel torna letra morta para aqueles que visam tão somente a “casinha para o meu associado”, quase que num gesto de Madre Tereza de Calcutá. Ora, se temos nos grandes centros urbanos, quase o mesmo número de imóveis que não cumprem a função social da terra, em relação ao déficit habitacional e se a própria lei nos faculta recorrer às ocupações, o que querem nossos colegas que continuam acreditando em conto da carochinha.

Sugerimos a todos que leem uma belíssima entrevista da equipe de Caros Amigos, com Raquel Rolnik, professora da FAU-USP, urbanista, militante, estudiosa no assunto da reforma urbana e atual relatora da ONU para direito à moradia – Revista Caros Amigos, nº169, abril de 2011.
Fica em fila é boi para abate, viva as Ocupações Dandara, Camilo Torres e Irmã Dorothy!