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Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) surgiu, no final da década de 90, com o compromisso de lutar, ao lado dos excluídos urbanos, contra a lógica perversa das metrópoles brasileiras: sobram terra e habitações, falta moradia. A especulação imobiliária transforma terra urbana em promessa de lucro e alimenta o processo de degradação humana, o caos urbano. Em que cidade não se encontram apartamentos vazios, prédios abandonados, terrenos na periferia à espera da valorização? Em qual centro urbano não há mendicância, morador de rua, submoradias? As famílias sem-teto não têm direitos, são o avesso da cidadania. Não têm emprego, moradia, alimentação, saúde, lazer, cultura. Vivem como sombras nos semáforos, nas esquinas, nos bancos das praças, atrás de um prato de comida, um trocado. Enfrentam a indiferença, o preconceito, a violência policial. Estão excluídas das decisões políticas que determinam os rumos da vida social.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Mulheres do Movimento Mtst participam do Encontro de Mulheres do Setor Gráfico

MULHERES PROJETANDO O FUTURO

Por Queila Normando*

Para aprofundar temas como assédio moral, sexual, opressão e machismo as mulheres gráficas da Bahia, Uberlândia, Belo Horizonte, Cuiabá, Feira de Santana e convidas do Movimento Popular Terra Livre/GO e MTST/DF foram recebidas com muita amorosidade.  Aconteceu nos dias 18/19 e 20 O Seminário MULHERES PROJETANDO O FUTURO realizado pelo FNTIG e STIG/DF.
O momento inicial da denúncia foi no setor gráfico onde trabalhadores/as fizeram passeata e ato público contra o assédio moral, o machismo e a opressão. O segundo momento foi uma viajem no tempo no Museu de Brasília para conhecer a história dos gráficos desde o império, as primeiras máquinas, os primeiros livros literários impressos e costurado.
Isto tudo já mencionado foi só uma pitada neste encontro. Aprofundamos com o Psicanalista Leonardo da UNB, sobre o assédio moral e sexual. Fez abordagens sobre o crescimento do assédio moral nos últimos anos, ilustrando casos reais na AMBEV sobre funcionários que não alcançavam metas, essas situações têm objetivo de desestabilizar, difamar e isolar o trabalhador. Ofereciam mulheres de brinde para programas sexuais, obrigar homens a desfilar de mulheres, tirar dos funcionários o direito ao meio básico do trabalho(mesa,computador etc.), sobre carga de trabalho intencionalmente, situações vexatórias por meio de críticas e pretensas brincadeiras.
Foi feita análise histórica para entender que o assédio não brotou do nada mais de uma intencionalidade clara do sistema capitalista, o mostro da opressão e de todos os vícios ideológicos aonde os seres humanos são sujeitos. Foi só a pitada para a indignação, sentimentos, razão, solidariedade entre o grupo, o saber ouvir, falar, denunciar e entender as causas deste mal imposto de um sistema que há anos vem de forma perversa tratando os trabalhadores/as apenas como força de trabalho que vive miserável mais acumula  riqueza para seus patrões e de quebra sofre as doenças físicas e psicológicas pelo acumulo da carga horária e o assédio e tantos outros mal.
A voz feminina gritava denunciando, foi um momento dolorido, assim disse a próxima palestrante grande companheira Jane da LSR, feminista e professora no Rio de Janeiro, trouxe reflexões sobre a Mulher no século XXI, que a opressão é construída na raiz da formação da sociedade de modo que causa dor física, exemplifica alguns relatos de companheiras no ato da denúncia de seus assédiadores,  diz  “não devemos nos silenciar e que a reação para combater deve ser coletiva”. Que não devemos naturalizar a realidade se conformando com a condição colocada, fez a reflexão de como as mulheres devem apropriar-se de ferramentas para desconstruir essa realidade perversa. Que possamos em cada processo de formação nos enxergar na realidade opressora.
O tempo era inimigo para este grupo que parou para o almoço ás 14hs e ainda tínhamos 03 pontos para aprofundarmos, mais não desanimaram. Fabiana advogada sindical manteve o calor da indignação falando sobre a Legislação pertinente à proteção da mulher e suas polêmicas, que trouxe a história da luta das mulheres pela redução da jornada de trabalho, o direito a maternidade, fator previdenciário, doenças do trabalho, reestruturação produtiva, auxílio creche, Lei Maria da Penha, instabilidade a maternidade e afirmou que a bandeira que nos uni é a classista pelo fim da opressão. A cada reflexão crescia a indignação “ O Estado não permite o direito das mulheres serem mães”.
Após essa rodada com os palestrantes é chegada a hora de olhar para nossa realidade e projetar o futuro, assim dar continuidade aos trabalhos foi o grande desafio do grupo  coordenado por Eliane Lacerda Diretora da FNTIG e STIG/MG. Os grupos problematizaram sobre o tempo da mulher no trabalho, família, lazer, tarefas domésticas e militância deparam-se com a constatação da realidade que é de fato desafiadora, projetar e organizar uma proposta de atuação que seja conjunta para melhorar as condições das mulheres.
A organização do encontro foi significativa para a Secretaria de Mulheres da FNTIG e para os sindicatos regionais que colocaram a necessidade de reproduzir em sua base.
O Movimento Popular Terra Livre, agradece o convite e participação no Encontro que conforme avaliação foi significativo para a formação, bem como o direito de indignasse com as injustiças cometidas a categoria gráfica e as demais, e deixar nossa mais profunda solidariedade a luta da categoria e as mulheres.
*Queila Normando é educadora popular e do campo, membro do Coletivo de Educação e Formação movimento popular Terra Livre/GO.

FOTOS DO ENCONTRO DE MULHERES TRABALHADORAS DO SETOR GRÁFICO.

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